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Estudo feito para o jornal Valor Econômico e publicado em 13 de outubro de 2023.

Nas redes sociais brasileiras, um complexo cenário emerge no contexto do conflito entre o Hamas e Israel. O que começou como um debate internacional rapidamente se entrelaça com a política doméstica, refletindo a interseção entre as preocupações globais e locais dos brasileiros. Nesta análise das conversas digitais, testemunha-se a predominância do apoio a Israel e a crítica ao Hamas, além da incursão da política nacional no debate online.

A plataforma de monitoramento digital Torabit, analisou  85.192 postagens nas redes sociais sobre o que os brasileiros estão falando sobre o conflito entre Hamas e Israel. As postagens vêm do início da invasão do Hamas, no sábado, 7 de outubro,  até às 11h de 11 de outubro. Os posts foram publicados no Facebook, no Twitter e no Instagram.

Nuvem de termos: o tamanho da palavra é proporcional à frequência

As postagens foram classificadas primariamente entre o que é opinião e o que é efetivamente informação sobre os acontecimentos da guerra. 87% das postagens são opinativas e apenas 13% foram menções com informações sem juízo de valor. Essa divisão majoritária com opiniões indica uma inclinação dos usuários em rede em expressar suas visões pessoais sobre o assunto, em vez de somente compartilhar os fatos.

A classificação das postagens revela as seguintes “disposições” das pessoas em rede: a grande maioria, 68.56%, são de menções em apoio ao Estado de Israel, 20.81% apoiam a Palestina e apenas 10.63% das postagens dão conta explícita de apoio à existência de dois Estados.

Ao examinar as conversas online sobre o conflito entre o Hamas e Israel, alguns temas se destacam. Hamas e Terroristas lideram as menções, com 21,66% e 11,48% respectivamente. Isso sugere uma forte concentração do debate em torno do papel do Hamas no conflito e a caracterização do grupo como terrorista por uma parcela considerável dos usuários.

Entretanto, como já é costumeiro nos últimos tempos, a política brasileira entra no debate das redes. 11,42% das menções são sobre política no Brasil, 7% das menções são ligadas ao governo ou à pessoa do presidente Lula, em sua maioria postagens de usuários simpáticos ao ex presidente Bolsonaro que fazem ligação do atual governo com o exército extremista Hamas.

A preocupação com os civis (6,01%) reflete a empatia e a inquietação sobre o impacto do conflito na população não combatente.

Ainda sobre a divisão dos princiapais assuntos nas potagens, 4,94% das postagens sugerem como a “esquerda” brasileira apoiaria o terrorismo ao apoiar a Palestina, 4,52% são postagens de solidariedade ao povo palestino e 3.49% dão conta de ataques à cobertura jornalítica (mais da metade destas postagens que mencionam ataques ao jornalismo também expressam apoio à Israel, enquanto pouco mais de um terço expressa apoio à Palestina nesse contexto).

Fluxo da classificação com os tagueamentos em destaque

Em relação ao gênero, aproximadamente 66,61% das postagens são de usuários masculinos, enquanto 33,39% são de usuárias femininas, demonstrando uma predominância masculina no debate.

Quanto à origem geográfica das postagens, São Paulo lidera com 29,54%, seguido pelo Rio de Janeiro com 17,89% e Minas Gerais com 7,86%.

As dez hashtags mais citadas nas postagens são nesta ordem: #Israel, #palestina, #hamas, #gaza, #jerusalem, #globonews, #guerra #viral #india e #jesus.

                      
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Torabit

Publicado no dia 13 de outubro de 2023