Conforme a última pesquisa realizada pela OMS, Organização Mundial da Saúde, em 2019, foram registrados mais de 700 mil casos de suicídio em todo o mundo, e isso sem contar os episódios subnotificados.
No Brasil, os registros aproximam-se de 14 mil casos por ano, revelando que em média são 38 suicídios por dia. (fonte: https://www.setembroamarelo.com/)
Com o objetivo de compreender o que é falado sobre o tema Setembro Amarelo, mês simbólico da prevenção ao suícidio, e qual seria a relação dos usuários com o tema, o TORABIT monitorou 635.222 menções nas redes sociais, coletadas entre 1º e 22 de setembro.
Em 2017, um estudo feito pela agência Nova S/B, parceira do TORABIT, mostrou que 34% das menções na redes sociais sobre suicídio eram de piadas. Em 2022, pode-se perceber com espanto que esse número aumentou para 81% das interações coletadas justamente durante o período em que há campanha de conscientização sobre o tema.
O volume de piadas com as campanhas do Setembro Amarelo e suicídio assusta e demonstra a necessidade de campanhas educativas contínuas para que transmitir a gravidade do problema e a importância do tratamento adequado.
Na sequência, vêm as críticas (11%) às piadas. Também há críticas sobre pessoas que não demonstram empatia com quem se encontra em quadro depressivo durante o ano todo, porém publicam campanhas do Setembro Amarelo nas redes sociais.
As mensagens de apoio (4%) são de usuários que utilizam suas redes para alertar sobre cuidados, divulgar canais de atendimento e também demonstrar empatia com quem está passando por uma situação difícil.
Além das mensagens de apoio, outra temática importante foi a dos relatos pessoais (3%) sobre a perda de uma pessoa próxima, como é importante procurar ajuda e orientar as pessoas sobre os cuidados com a saúde mental.
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, cerca de 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias.
Uma pesquisa realizada na Filadélfia, nos Estados Unidos, constatou que os adolescentes vítimas de cyberbullying são mais propensos a pensamentos e tentativas de suicídio. Fato evidente ao se analisar as interações nas redes sociais, já que o bullying aparece como destaque entre as causas relatadas de suicídio (58%), seguido por depressão (25%).
Sites de notícias foram os perfis com mais seguidores que postaram conteúdo sobre o tema, com notícias sobre prevenção ou casos de suicídio que servem de alerta à sociedade.
Vê-se que apesar do assunto ser abordado, não há forte engajamento. Além de Paulo Coelho e de Felipe Neto, o psicanalista e escritor brasileiro, Augusto Cury, também foi um perfil com bastante seguidores a falar sobre o tema.
Com o alto volume de menções coletadas, as interações não tiveram grandes conexões, porém, pode-se observar que os destaque são as menções de humor durante do Setembro Amarelo.
O público feminino (52,1%) é o que mais comenta nas redes sociais, quando o assunto é Setembro Amarelo. O tema apareceu mais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.
Na nuvem de palavras aparecem quais delas estão mais presentes no monitoramento. Como resultado, o tamanho da palavra é proporcional ao seu aparecimento no universo de busca.
Dessa forma, percebe-se temas que envolvem suicídio, sexualidade, visibilidade da campanha, respeito, perda e RH.
Publicado no dia 27 de setembro de 2022