O Torabit acompanha o tema coronavírus nas redes sociais desde o primeiro caso confirmado no Brasil, em 26 de fevereiro. Até hoje, foram 15,5 milhões de menções analisadas, sem dúvida o assunto mais comentado nas redes em português desde o início das redes sociais.
Evolução de menções nas redes
A explosão e a continuidade do alto número de menções nas redes sociais brasileiras sobre coronavírus se deu a partir do dia 12 de março, dia da divulgação de que o secretário da Comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten, estava infectado. No mesmo dia, a especulação de que o presidente Jair Bolsonaro também estivesse com coronavírus, já que esteve junto a Wajngarten em viagem aos EUA, foi o estopim para que o tema se mantivesse entre os assuntos mais comentados na internet até hoje.
SP (35%), RJ(33%), MG(125), RS(7%), PR(7%), PE(6%), DF(6%), BA, CE(5%) e SC(5%) são os dez estados com mais postagens sobre o tema.
Homens foram responsáveis por 54.5% das menções e mulheres por 45.5%.
Política, Saúde e Economia são os grandes guarda-chuvas de assuntos mais falados em torno do novo coronavírus.
Quando se fala de Política, o assunto Tratamento aparece em primeiro lugar, são os usuários discutindo as ações do governo envoltas do tema, seguido por assuntos relacionados ao Mercado de Trabalho, Prevenção e Sintomas da Doença.
Em Saúde, as menções sobre Tratamento aparecem mais, seguidas por menções sobre Sintomas, Prevenção, Mercado de Trabalho e a quantidade de casos.
No guarda-chuva Economia, o tema Mercado de Trabalho vem em primeiro lugar, depois Sintomas, são menções que discutem, por exemplo, ir trabalhar com algum sintoma de gripe, pegar gripe no trabalho e etc. Depois quantidade de casos, Tratamento e Prevenção.
Nas redes, notícias em primeiro lugar
Os usuários das redes têm, em sua maioria, compartilhado notícias sem juízo de valor em suas postagens. Eles fazem com que as informações dos veículos de imprensa ganhem capilaridade entre os internautas.
A quantidade das menções neutras (53% na média diária) evidencia o quanto as notícias, em geral de fontes críveis como as da imprensa tradicional – seja TV, rádio, jornal ou revista – sejam compartilhadas de forma exaustiva.
As menções positivas formaram uma média de 27%. Em todo caso, há picos de menções positivas, como o de ontem, 31 de março, dia de fala do presidente em cadeia nacional. Essa fala fez com que as menções positivas sobre coronavírus nas redes chegassem a 35.5%.
Em grande parte, as menções positivas e negativas sobre o tema estão ligadas à política. Ou seja, estão na área das menções negativas aquelas que são contra o tratamento técnico e científico do problema (que incluíram as manifestações do presidente Bolsonaro e de seus seguidores quando falam contra as orientações do próprio governo ou da OMS). Em contraponto, foram alocadas na área positiva as manifestações a favor da técnica e da ciência no combate ao vírus.
Fake news na infodemia
Dentro da média dos 20% de menções negativas diárias, encontram-se também as notícias falsas. O tempo ocioso e a monotemática ronda todo mundo, fazendo com que os usuários busquem, compartilhem e produzam obsessivamente conteúdo sobre o tema coronavírus. Nesse mar de menções, as fake news crescem diariamente.
Abaixo, separamos as principais fake news espalhadas nas redes no período:
Fake News – Política:
Fake News – Países/xenofobia:
Fake News – Saúde:
Fake News – Economia:
Fake News – Piada/Meme:
Fake News – Sociedade
Batalha de hashtags
Excetuando as hashtags #coronavírus, #coronavirus, #covid-19 e suas derivadas, abaixo as 30 hashtags mais usadas nas redes no período:
#viruschines, #bbb20, #foraprior, #g1, #fiqueemcasa, #desculpejairmaseuvoudia15, #forabolsonaro, #china, #naquarentenaeu, #bolsonarogenocida, #bolsonarotemrazão, #ficaemcasacaralho, #pagalogobolsonaro, #euapoiobolsonaro, #pandemia, #bts, #redebbb, #jairnaocainemapau, #ficaemcasa, #boratrabalhar, #dia15nasruas #forapyong, #quarentena, #rezemosjuntos, #globonews, #aplausosnajanela, #brasiltempararbolsonaro, #bolsonaroinfectado, #cloroquina, #bolsonaroacabou
Publicado no dia 3 de abril de 2020